Cidades Sustentaveis
O censo demográfico de 2010 mostrou que mais de 84% da população brasileira vivem nas cidades. Os espaços urbanos são os locais onde a maioria da população mundial realiza suas interações sociais, ambientais e econômicas. A qualidade das cidades é, portanto, um fator essencial na qualidade de vida dos brasileiros. Pequenas, médias ou grandes, as cidades apresentam desafios que chamam a atenção: moradias em áreas de risco, altos índices de impermeabilização do solo, água escassa ou contaminada, lixo e resíduos tóxicos, lazer e educação de qualidade insuficientes, edificações mal projetadas ou conservadas, e poucas opções de mobilidade não motorizada são alguns dos problemas mais frequentes. A sustentabilidade não tem uma receita única, mas se compõe de um mosaico de ideias e iniciativas apropriadas a cada contexto. O CNPq, a Fundação Roberto Marinho, a Gerdau e a GE acreditam que as soluções para a sustentabilidade das cidades brasileiras podem ser construídas por pessoas com diferentes tipos de experiência e de visão.
Cidade sustentável, ou eco-cidade, é uma comunidade instalada em um espaço projetado para minimizar ou eliminar impactos ambientais. Nela vivem pessoas preocupadas com a utilização racional de energia, água, alimentos e materiais; com a redução da produção de resíduos e poluição; com a manutenção dos recursos naturais, da biodiversidade e com a saúde de todos os seres vivos, co-habitantes do mesmo espaço. Esta definição é uma espécie de síntese do pensamento de diversos autores – urbanistas, pesquisadores, arquitetos e pensadores – que conseguiram idealizar ambientes urbanos mais orgânicos e funcionais. E propuseram meios de chegar a tais ideais a partir da transformação de cidades existentes. Só é possível construir espaços urbanos sustentáveis entendendo-se o papel público de cada cidadão, no melhor sentido da palavra. A cidade sustentável pertence a todos, inclusive àqueles que ainda nem nasceram. Os assuntos da cidade sustentável são do interesse de todos. O seu planejamento é discutido publicamente, assim como seus problemas são debatidos publicamente. É um espaço urbano transparente, compartilhado, fruto de uma gestão comum. Não é uma colagem de pedaços estranhos um ao outro: é o próprio povo, um conjunto de pessoas com interesses sociais, culturais e ambientais comuns. Não há cidade sustentável sem cidadãos sustentáveis. O cidadão sustentável sabe que sua saúde está relacionada à saúde do ambiente em que vive; à qualidade dos alimentos que consome e da água que bebe; à sua rotina de vida. Entende que não vive isolado, vive em comunidade, é um ser público. Ele conhece seus direitos, inclusive o direito a um meio ambiente saudável e sustentável. Mas conhece também seus deveres, a parte que lhe cabe na construção desse ambiente saudável e sustentável.
Se você é estudante do Ensino Médio e se interessa pelo tema, conheça as linhas de pesquisa do PJC e desenvolva, com a ajuda de seu professor, um trabalho para concorrer nesta edição. • Ambientes sustentáveis: casa, escola, trabalho, espaços públicos ◦ Edificações inteligentes: uso racional dos recursos naturais e materiais • Planejamento urbano e qualidade de vida ◦ Planejamento participativo: aprender a decidir em grupo • Gestão das águas no meio urbano ◦ Uso racional da água ◦ Aumento de permeabilidade e infiltração das águas pluviais no espaço urbano • Políticas de mobilidade nas cidades ◦ Mobilidade de pessoas com necessidades especiais e idosas • Agricultura urbana ◦ Produção de alimentos para consumo próprio ou comunitário •Gestão de resíduos: orgânicos, inorgânicos e perigosos ◦ Reduzir; reutilizar; reciclar •Impactos das mudanças climáticas nas cidades ◦ Plano de mudanças climáticas para as cidades Se você é estudante do Ensino Superior ou Graduado, verifique as linhas de pesquisa para sua categoria no www.jovemcientista.cnpq.br |